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sábado, 1 de maio de 2010

METODOLOGIA DA PESQUISA ESPÍRITA – II

Dizia em artigo anterior que os fenômenos parapsíquicos caracterizam-se pela imprevisibilidade. Vamos refletir um pouco mais sobre isto.
Essa espontaneidade se por um lado parece dar aos fenômenos a característica de não científicos, por outro lado pode nos fornecer provas incontestes da natureza espiritual dos agentes. As informações inesperadas, muitas vezes desconhecidas dos médiuns, nos mostram que aqueles que partiram pelas portas da “morte” continuam vivos, que são capazes de nos observarem e consequentemente, saberem muito sobre nós.
Em outros termos, a impossibilidade de controlar os efeitos, a natureza inteligente das comunicações e a afirmação persistente (desde que Allan Kardec realizou as primeiras investigações até aos nossos dias, as inteligências comunicantes afirmam, na esmagadora maioria das vezes, que são espíritos de pessoas que já viveram na Terra), originada do próprio fenômeno, de que são os espíritos os responsáveis pelas ocorrências parapsíquicas, nos conduzem a concluir que os espíritos dos “mortos” são os provocadores dos fenômenos.
Em “O Livro dos Médiuns” (editado pela Federação Espírita Brasileira) de Allan Kardec, lemos que os fenômenos podem “produzirem-se espontaneamente, sem intervenção da vontade, até mesmo contra a vontade, pois que freqüentemente se tornam muito importunos.”
Ao nos depararmos com fenômenos dessa espécie, cumpre-nos “correr atrás”. É necessário ir ao encontro do fato para desvendá-lo. Algumas vezes atribuímos aos fantasmas, fenômenos de causas físicas como o vento, o calor, os ruídos de animais, etc. É assim que, quando percebermos algo parecido com atuações espirituais, devemos nos aproximar e tentar entender o que esteja acontecendo.
Se não identificarmos a causa de imediato, vamos redobrar as observações, anotar tudo com os maiores detalhes e precisão. Após as anotações, deve-se discutir com pessoas estudiosas do assunto e se possível, fazer novas observações. Essa é uma boa forma de aprender e descobrir.
Acontece, de outras vezes, que os fenômenos podem ser “provocados”. Melhor dizendo, mais apropriadas condições para a ocorrência desses fenômenos podem depender de nós.
Existem condições mais propícias para que os espíritos possam atuar; e atuar, digamos, com eficiência. O silêncio, a concentração, as boas disposições orgânicas e morais, a sugestão mental ou verbal, podem induzir ao transe.
Transe é uma situação particular do sistema nervoso do médium, do paranormal, ou como queiram chamar os intermediários dos espíritos. Essa situação é facilitadora da ação mediúnica.
O transe se caracteriza por uma espécie de torpor. O córtex cerebral experimenta uma inibição quase que completa. Há pessoas que nunca ouviram falar em Espiritismo e entram em transe com muita facilidade. Outras podem ser levadas a essa situação pela ação de um terceiro.
Quando as pessoas passam a entrar em transe regularmente, as observações tornam-se constantes. Podemos então formar um grande banco de informações, de material consistente que pode servir de base à construção de uma vasta ciência; da ciência psíquica, do Espiritismo.
Na verdade, esse vasto banco de informações já existe; o Espiritismo também já está com sua base formada e possui signficativo desenvolvimento. Compete-nos, portanto, conhecê-lo e continuar a coleta de relatos de fatos que venham a enriquecê-lo ainda mais. Cumpre-nos também acompanhar o surgimento e o desenvolvimento de todas as ciências que possam relacionar-se com ele. E finalmente, acolher todas as contribuições bem fundamentadas, lógicas, apoiadas em experiências concretas, venham das academias ou de fora delas.