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domingo, 13 de novembro de 2011

Entrevista com a Dra Irvênia Prada

Reproduzo a interessante entrevista com a Dra Irvênia Prada, publicada no Jornal Seara de Luz, de Julho/2011 - Informativo do Grupo Espírita Seara de Deus.

"A equipe do jornal Seara de Luz entrevistou a médica veterinária Irvênia Prada, considerada autoridade mundial na comunidade científica sobre Neuroanatomia Animal. Dra Irvênia Prada, formada pela Universidade de São Paulo, está ligada a entidades que trabalham diretamente com a proteção e defesa dos animais. Autora dos livros A alma dos Animais e A questão Espiritual dos Animais, a médica veterinária também é conferencista e divulgadora dos conhecimentos acadêmicos aliados a Doutrina Espírita. O sexto Simespe conta com a participação da Dra Irvênia, que aborda o tema: A Trajetória do Se Espiritual da Animalidade à Angelitude - Evolução e funções do cérebro como órgão de manifestação da mente.


Qual a diferença entre a Teoria Evolucionista de Darwin e a Teoria do Espiritismo, sobre o processo evolutivo do ser?  A segunda edição de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec (1860), obra que constitui a base de todas as traduções que temos disponíveis, aconteceu apenas três meses após a publicação de a origem das Espécies (1859), de Charles Darwin. Ela contempla, em vários itens, a questão evolutiva do ponto de vista orgânico, em ressonância com os princípios darwinianos. Entretanto, o enfoque espírita vai muito além, com a revelação de que as etapas evolutivas da matéria representam mero reflexo da trajtória evolutiva do ser, no plano espiritual. Esse estudo depois se amplia em outra obra de Allan Kardec, A Gênese, publicada em 1868, da qual constam dois capítulos expressivos sobre o tema, ou seja, o X - Gênese Orgânica e o XI - Gênese Espíritual.


Existe comprovação científica de que “o animal caminha para a condição de homem, tanto quanto o homem evolui no encalço do anjo” (trecho da obra alvorada do Reino, Emmanuel, pela mediunidade de Chico Xavier)?
Sim, pelo menos no que se refere à primeira consideração, a de que “o animal caminha para a condição de homem”, pois tanto no terreno da biologia quanto da Antroplogia, considera-se que as espécies conhecidas, do gênero humano ( Homo habilis, Homo erectus, Homo sapiens e Homo sapiens sapiens), evoluíram a partir do australopithecus (austral = sul; pithecus = macaco), espécie de macaco, já de postura ereta, que teria vivido no sul da África, há aproximadamente 3,5 milhões de anos. As quatro espécies referidas teriam surgido respectivamente há 2 milhões de anos, 1 milhão de anos, 500 mil anos e 35 mil anos. Estudos realizados nos fósseis sobre a capacidade da cavidade craniana (que contêm o encéfalo) revelaram que os dados relativos ao Homo habilis mostraram-se mais próximos daqueles correspondentes ao Australopithecus, do que os dados atinentes às outras espécies do gênero humano.Esta é a razão pela qual alguns antropólogos não aceitam o Homo habilis como pertencente ao gênero humano, ou seja, para esses estudiosos, ele ainda é considerado macaco. Portanto, aí está a ciência mostrando que existe uma continuidade evolutiva, do ponto de vista orgânico, entre animais e seres humanos.
Mas ainda podemos focalizar o segundo comentário de Emmanuel, de que “o homem evolui no encalço do anjo”, com a seguinte observação: desde o australopithecus até a nossa atual espécie, aconteceram muitas modificações anatômicas, que segundo o que se prevê, ainda irão continuar. Trata-se de um “processo de hominização”, isto é, o ser está se construindo, se aperfeiçoando, o que nos remete à ideia de que estamos sim, caminhando para estágios “superiores”.



A noção geral dos cientistas hoje é bem mais complexa: a diferença entre as nossas faculdades mentais e as dos gatos, chimpanzés e periquitos seria de grau, não de tipo”, trecho da matéria 'O que pensam os animais?', publicada na revista Super Interessante (março/2011). Os estudos científicos confirmam esta afirmação? E qual seria a explicação espiritual? Estudos comparativos, em Neurociência, entre o cérebro dos animais e o do ser humano indicam que as diferenças são de natureza quantitativa, e não qualitativa, conforme assinalo em meu livro “A alma dos animais”. Considerando, como refere André Luiz em no Mundo Maior (capítulos 3 e 4), que “o cérebro é o órgão sagrado de manifestação da mente, em trânsito da animalidade primitiva para a espiritualidade humana”, podemos deduzir que o aperfeiçoamento progressivo do cérebro, durante o processo evolutivo orgânico, simplesmente reflete a progressão dos estágios evolutivos do princípio inteligente, em sua trajetória espiritual.


Ainda de acordo com a matéria, baseada em estudos científicos, os repórteres concluíram que cada espécie possui linguagem própria, e sim, utilizam de inteligência para se comunicarem entre si e com os homens. É coerente este tipo de afirmação? Se sim, esta inteligência está ligada a algum sintoma mediúnico do animal? É fato conhecido que os indivíduos das diferentes espécies animais se comunicam por linguagem peculiar a cada uma delas, revelando indubitavelmente, que são seres inteligentes. Sua linguagem trasmite uma informação, tem um prpósito definido. E também é fato conhecido, que os animais que convivem com os seres humanos, também se fazem entender e nos entendem. (…). Interessante nesse sentido é o trabalho do biólogo americano Roger Fouts (O Parente mais Próximo), em que ensinou durante mais de 30 anos, a chimpanzés, a linguagem gestual dos deficientes auditivos. Essa linguagem tem mais de 150 sinais, que os chimpanzés não apenas aprenderam como ainda ensinaram a filhotes e a outros animais que foram se integrando ao grupo. Essa capacidade de linguagem dos animais não tem nenhuma relação com qualquer sintoma mediúnico.



O vegetarianismo ou o naturalismo representam alguma diferença no grau evolutivo do homem? Se alguém deixar de lado o consumo de carne simplesmente por estar preocupado com o seu colesterol, isso certamente não terá nenhuma ressonância com estágios evolutivos mais nobres. Entretanto, o fato de uma pessoa optar pela dieta vegetariana terá significado expressivo em sua evolução espiritual, se os motivos que a levaram a essa opção, envolverem a compaixão pelo sofrimento dos animais e o respeito ao seu direito à própria vida e a condições de bem-estar. Essa pessoa certamente estará com a proposta de viver em harmonia com a natureza, deixando de lado a subjugação, a crueldade e a indiferença para com a sorte daqueles que também sofrem. Quanto mais amor, mais evolução!"

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Mundos mais adiantados do que a Terra

Como dizia em artigo precedente, os espíritos podem revelar algumas caracterísitcas de outros mundos habitados. A mensagem a seguir foi ditada pelo espírito do eminente filósofo cristão Agostinho de Hipona. A superioridade do autor pode ser percebida na superioridade dos conceitos e da linguagem. Senão vejamos:

Mundos Regeneradores

Entre as estrelas que cintilam na abóbada azul do firmamento, quantos mundos
não haverá como o vosso, destinados pelo Senhor à expiação e à provação! Mas, também os
há mais miseráveis e melhores, como os há de transição, que se podem denominar de
regeneradores. Cada turbilhão planetário, a deslocar-se no espaço em torno de um centro
comum, arrasta consigo seus mundos primitivos, de exílio, de provas, de regeneração e de
felicidade. Já se vos há falado de mundos onde a alma recém-nascida é colocada, quando
ainda ignorante do bem e do mal, mas com a possibilidade de caminhar para Deus, senhora de
si mesma, na posse do livre-arbítrio. Já também se vos revelou de que amplas faculdades é
dotada a alma para praticar o bem. Mas, ah! há as que sucumbem, e Deus, que não as quer
aniquiladas, lhes permite irem para esses mundos onde, de encarnação em encarnação, elas se
depuram, regeneram e voltam dignas da glória que lhes fora destinada.

Os mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação e os
mundos felizes. A alma penitente encontra neles a calma e o repouso e acaba por depurar-se.
Sem dúvida, em tais mundos o homem ainda se acha sujeito às leis que regem a matéria; a
Humanidade experimenta as vossas sensações e desejos, mas liberta das paixões
desordenadas de que sois escravos, isenta do orgulho que impõe silêncio ao coração, da
inveja que a tortura, do ódio que a sufoca. Em todas as frontes, vê-se escrita a palavra amor; perfeita
equidade preside às relações sociais, todos reconhecem Deus e tentam caminhar para Ele,
cumprindo-lhe as leis.
Nesses mundos, todavia, ainda não existe a felicidade perfeita, mas a aurora da
felicidade. O homem lá é ainda de carne e, por isso, sujeito às vicissitudes de que libertos só
se acham os seres completamente desmaterializados. Ainda tem de suportar provas, porém,
sem as pungentes angústias da expiação. Comparados à Terra, esses mundos são bastante
ditosos e muitos dentre vós se alegrariam de habitá-los, pois que eles representam a calma
após a tempestade, a convalescença após a moléstia cruel. Contudo, menos absorvido pelas
coisas materiais, o homem divisa, melhor do que vós, o futuro; compreende a existência de
outros gozos prometidos pelo Senhor aos que deles se mostrem dignos, quando a morte lhes
houver de novo ceifado os corpos, a fim de lhes outorgar a verdadeira vida. Então, liberta, a
alma pairará acima de todos os horizontes. Não mais sentidos materiais e grosseiros; somente
os sentidos de um perispírito puro e celeste, a aspirar as emanações do próprio Deus, nos
aromas de amor e de caridade que do seu seio emanam.

Mas, ah! nesses mundos, ainda falível é o homem e o Espírito do mal não há
perdido completamente o seu império. Não avançar é recuar, e, se o homem não se houver
firmado bastante na senda do bem, pode recair nos mundos de expiação, onde, então, novas e
mais terríveis provas o aguardam.
Contemplai, pois, à noite, à hora do repouso e da prece, a abóbada azulada e, das
inúmeras esferas que brilham sobre as vossas cabeças, indagai de vós mesmos quais as que
conduzem a Deus e pedi-lhe que uni mundo regenerador vos abra seu seio, após a expiação
na Terra. - Santo Agostinho. (Paris, 1862.)

O Evangelho Segundo O Espiritismo - 112a. edição FEB - Federação Espírita Brasileira - tradução de Guillon Ribeiro.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Astrobiologia sob o enfoque do Espiritismo



A Doutrina Espírita mostra por meios lógicos que existe vida em outros mundos. Essa abordagem, combinada com a lei do progresso incessante da alma via reencarnações, visa comprovar a bondade e a justiça do Criador.


A teoria da reencarnação e dos mundos habitados resolve o secular conflito entre Religião e Razão.  O ser humano passa a ter recursos para conquistar uma Fé, uma Paz Interior imensamente sólidas. A vida se torna mais leve quando se olha para a frente e quando se tem certeza que acima das injunções terrestres paira o Deus bom, justo, sábio, que nos franqueia infinitas possibilidades de adquisição da felicidade.
É nesse sentido filosófico e religioso que abordamos a Astrobiologia, acompanhando as descobertas da ciência para aprendermos com ela.


Eis interessantes considerações dos espíritos e de Allan Kardec sobre a questão:


"Que confiança se pode depositar nas descrições que os Espíritos fazem dos diferentes mundos?

Depende do grau de adiantamento real dos Espíritos que dão essas descrições, pois bem deveis compreender que Espíritos vulgares são tão incapazes de vos informarem a esse respeito, quanto o é, entre vós, um ignorante, de descrever todos os países da Terra. Formulais muitas vezes, sobre esses mundos, questões científicas que tais Espíritos não podem resolver. Se eles estiverem de boa-fé falarão disso de acordo com suas idéias pessoais; se forem Espíritos levianos divertir-se-ão em dar-vos descrições estranhas e fantásticas, tanto mais facilmente quanto esses Espíritos, que na erraticidade não são menos providos de imaginação do que na Terra, tiram dessa faculdade a narração de muitas coisas que nada têm de real. Entretanto, não julgueis absolutamente impossível obterdes, sobre os outros mundos, alguns esclarecimentos. Os bons Espíritos se comprazem mesmo em descrever-vos os que eles habitam, como ensino tendente a vos melhorar, induzindo-vos a seguir o caminho que vos conduzirá a esses mundos. É um meio de vos fixarem as idéias sobre o futuro e não vos deixarem na incerteza.” 
 
Como se pode verificar a exatidão dessas descrições? 
 
A melhor verificação reside na concordância que haja entre elas. Porém, lembrai-vos de que semelhantes descrições têm por fim o vosso melhoramento moral e que, por conseguinte, é sobre o estado moral dos habitantes dos outros mundos que podeis ser mais bem informados e não sobre o estado físico ou geológico de tais esferas. Com os vossos conhecimentos atuais, não poderíeis mesmo compreendê-lo; semelhante estudo de nada serviria para o vosso progresso na Terra e toda a possibilidade tereis de fazê-lo, quando nelas estiverdes.”
Nota. As questões sobre a constituição física e os elementos astronômicos dos mundos se compreendem no campo das pesquisas científicas, para cuja efetivação não devem os Espíritos poupar-nos os trabalhos que demandam. Se não fosse assim, muito cômodo se tornaria para um astrônomo pedir aos Espíritos que lhe fizessem os cálculos, o que, no entanto, depois, sem dúvida, esconderia. Se os Espíritos pudessem, por meio da revelação, evitar o trabalho de uma descoberta, é provável que o fizessem para um sábio que, por bastante modesto, não hesitaria em proclamar abertamente o meio pelo qual o alcançara e não para os orgulhosos que os renegam e a cujo amor-próprio, ao contrário, eles muitas vezes poupam decepções."

(KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns - FEB - Tradução de Guillon Ribeiro)


Donde concluímos que o Espiritismo não compactua com revelações extravagantes que não tenham utilidade para o nosso progresso moral. Recordemos os ensinos de Allan Kardec; os espíritos são nada mais do que homens desprovidos do corpo carnal; há ignorantes e sábios, honestos e mentirosos. É preciso manter a razão em alerta para não adotarmos idéias notoriamente falsas, ridículas em nome do Espiritismo.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Água em Marte

Cientistas americanos anunciam descoberta de água corrente no planeta Marte. Não é preciso dizer da importância de tal descoberta para a astrobiologia. A existência de água e metano em um planeta, ou satélite, segundo nos informam os modernos especialistas em Astrobiologia, são condições essenciais à manutenção da vida como a conhecemos.
Com essa descoberta, parece razoável admitirmos viabilidade de vida bacteriana no planeta vermelho.
Os desdobramentos dessa provável vida bacteriana pode abrir muitas possibilidades; desde o desenvolvimento da biotecnologia ao aperfeiçoamento da nossa visão do Universo, da Filosofia.
Vamos aguardar o desdobramento dos acontecimentos.
Ouçamos.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

George Marcgrve, o primeiro astrônomo a observar o hemisfério sul

Os holandeses tiveram um papel muito importante na formação do Estado de Pernambuco (em outros países, Pernambuco seria denominado de “Província” em vez de “Estado”). Os holandeses lançaram as bases do desenvolvimento de Recife, a capital de Pernambuco. Ainda podem ser apreciadas obras de engenharia, de arquitetura e alguns traços linguísticos legados pelos flamengos.

Seguem abaixo algumas notas sobre a presença dos holandeses em Recife. Louvo-me do trabalho do Professor Aldemário Prazeres publicado recentemente no site da Liga Íbero Americana de Astronomia. Aldemário é pedagogo, astrônomo amador, membro da Academia Pernambucana de Ciências e ex-presidente da Associação Astronômica do Recife. Aldemário já foi citado neste blog como observador da ocultação de uma estrela pelo asteróide Varuna.

Observe que o adjetivo "amador" aqui empregado não significa "menos competência que o profissional"; de modo algum. "Amador" significa, antes: "quem realiza algo por amor"; profissional, por sua vez, significa: "quem realiza algo para sustentar-se".

Motivados pela auspiciosa possibilidade de grandes lucros com a produção de açúcar, os holandeses tomaram Olinda, na época, capital de Pernambuco. Foi instalado em Recife, que à época possuia estrutura muito inscipiente, um conselho dos novos administradores, presidido por Johanes von Waalbeck. A gestão de Waalbeck mostrou-se ineficiente. Para reverter os prejuízos da missão flamenga, foi enviado em 1637 o novo administrador das terras dominadas pelos holandeses, o Conde Maurício de Nassau, filho do Conde de Nassau-Siegen.

Maurício havia sido educado nas melhores universidades holandesas e suíças. Havia, em sua familia uma paixão pelas ciências e pelas artes.
 
Prova disso é que Galileu Galilei, inventor do telescópio, enviou a nota abaixo a um cunhado de Maurício, Beneditto Lanuci em 29 de agosto de 1609:

"...Há quase dois meses espalharam-se notícias aqui (na Italia) que na Holanda tinham presenteado o Conde Maurício (de Nassau) com um pequeno telescópio (occhiale) através do qual um homem há duas milhas podia ser visto claramente...como pareceu que ele devia estar baseado na ciência da perspectiva, comecei a pensar acerca da sua construção, que finalmente consegui, e tão perfeitamente que um occhiale que fiz superou e muito a reputação daquele holandês"

A superação tecnológica do telescópio do grande Galileu não arrefeceu o gosto de Maurício pelas ciências, tanto que, se fez acompanhado, em sua viagem às terras pernambucanas, pelo astrônomo George Marcgrave. Marcgrave foi o primeiro astrônomo do mundo a observar o hemisfério celeste austral com uso de telescópio. Essas observações foram feitas na cidade de Recife. O pioneiro dessas observações astronômicas, porém não foi o único talento trazido por Nassau;  os artistas Eckhout e Franz Post, o naturalista Willem Piso também acompanharam o competente administrador.
A Companhia das Índias Ocidentais, empresa européia que financiou a ocupação holandesa, não possuía condições de manter os intelectuais, o que levou a Maurício assumir com o próprio bolso a manutenção dos ilustres talentos. Nassau permaneceu em Pernambuco até 1644.

Mais recentemente, no colégio de São João, na Várzea, o padre Jorge Polman (Johannes Michael Antonius Polman) fundou uma escola de astronomia que formou grande quantidade de astrônomos amadores. O padre Jorge era natural da Holanda.

terça-feira, 8 de março de 2011

Cientista afirma ter encontrado fósseis de bactérias extra-terrestres em meteorito.

O respeitado cientista Richard Hoover publicou no Journal of Cosmology pesquisa em que afirma ter encontrado fósseis de bactérias extra-terrestres no interior de um meteorito.
Hoover aponta a presença de indicadores de microorganismos semelhantes às cianobactérias. Cianobactérias, também conhecidas como algas azuis, surgiram há mais de 3 bilhões de anos em nosso planeta e são responsáveis pela presença de oxigênio em nossa atmosfera nos níveis atuais.
O cientista acredita que os organismos existiam no interior do meteorito, antes deste aportar à Terra.
Segundo informações encontradas no site da veja.abril, Hoover sustenta sua tese, tendo em conta que os fósseis  possuem carbono e enxofre, localizados nas mesmas posições da bactéria terrestre gigante Titanospirillum velox. O Titanospirillum velox é um extremófilo, descoberto no Delta do Ebro, Espanha. Extremófilos são seres resistentes à condições extremas, como excesso de acidez, de calor, de radiação, etc.
Os meteóros são fragmentos de rochas, muitos dos quais ejetados de satélites ou planetas em decorrência de grandes impactos sofridos por esses astros. A maioria dos meteoros que atravessam nossa atmosfera são advindos de Marte e outros planetas e satélites mais próximos à Terra. Alguns, após terem sido lançados ao espaço permanecem vagando por milhões ou mesmo bilhões de anos antes de atingirem nosso planeta.
Encontra-se disponível na Internet no Journal of Cosmology artigo de Hoover sobre o tema. O editor do Journal, enviou o artigo a cem expecialistas e a mais de cinco mil cientistas para emitirem pareceres sobre o tema.
Não é a primeira vez que cientistas afirmam ter descoberto bactérias no interior de meteoritos. No passado foram criadas grandes polêmicas haja vista a possibilidade de esses meteoros terem sido contaminados ao entrarem na atmosfera terrestre e essa contaminação ter sido tomada como prova de vida microbiana extraterrestre.
No caso em apreço, porém, temos um nome respeitado de grande experiência no estudo de extremófilos e atualmente ligado a equipes de Astrobiologia da NASA.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

As insvestigações do Kepler e os exoplanetas semelhantes à Terra

O telescópio espacial Kepler utiliza um poderoso método para observar exoplanetas. Não observa a imagem propriamente dita, mas variações do brilho da estrela quando um exoplaneta se interpõe à observação do telescópio espacial.
Assim é que, quando há uma declinação na luminosidade de uma estrela, pode-se afirmar que tal variação ocorreu em virtude de um exoplaneta haver se interposto à observação do Kepler.
Tenho percebido que as órbitas dos exoplanetas descobertos pelo Kepler são, em regra, menores do que a órbita terrestre.
Vamos supor que uma civilização residente em um planeta há 50 anos luz tenha construído um telescópio espacial igual ao Kepler.
Por alguma razão, acreditam que há vida em algum planeta do nosso sistema solar.
Se dirigirem os detectores do "Kepler deles" para o nosso Sol durante um ano, qual a chance de identificar esse magnífico planeta que habitamos?
 Depende da localização deles em relação à inclinação da órbita terrestre. Para a Terra situar-se em trânsito (interposição entre o sol e o observador), a inclinação da órbita não pode fugir muito da linha de observação deles.
A órbita da Terra é aproximadamente circular, seu raio é de 150 milhões de km, e o diâmetro do Sol é de 1,4 milhão de quilômetros.
Como a inclinação da órbita terrestre é desconhecida para os nossos supostos observadores, a probabilidade de a Terra ser observada é dada* por: diâmetro do Sol dividido por (raio da órbita terrestre multiplicado por PI). Isso nos dá 0,003 aproximadamente. Portanto a possibilidade de não sermos vistos pelo Kepler deles é 1-0,003, ou seja, 0,997.
Em termos percentuais isto significa 99,7%.

(*) - Esse calculo nos dá um resultado muito aproximado da probabilidade que desejamos obter, tendo em conta que a distância suposta (50 anos luz) é muitas vezes superior à distância entre o Sol e o planeta Terra. Se o observador se encontrar a uma distância bem mais próxima, teríamos que fazer adaptações a esses cálculos, o que (se a aproximação não fosse suficiente para dispensar o método de trânsito) nos daria uma probabilidade de detecção ainda menor.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

PROBABILIDADE DE O KEPLER IDENTIFICAR UM EXOPLANETA SEMELHANTE À TERRA ORBITANDO UM SOL SEMELHANTE AO NOSSO.

Suponhamos que exista um exoplaneta cuja distância de seu sol e órbita sejam aproximadamente iguais às de nossa terra e o respectivo sol possua o tamanho do nosso sol. A probabilidade de esse exoplaneta não ser detectado pelo Kepler é de aproximadamente 99,7%; em função da inclinação da órbita relativamente à linha de observação. Isto se o Kepler demorar mirando a estrela durante tempo igual ao período orbital do exoplaneta, no caso da Terra esse tempo é igual a um ano.
Daqui há algumas horas comunicarei como cheguei a esta conclusão.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Ciência e Religião


A civilização ocidental desenvolveu uma idéia sobre os ensinos espirituais e religiosos diferente das idéias vigentes noutras culturas e em épocas recuadas.
Costuma-se afirmar, por aqui, que a religião não deve nem pode ser compreendida por meio da razão. Diferentemente das leis científicas, a alma, não pode ser analisada com base na lógica humana.
Portanto, teríamos duas realidades na obra divina regidas por leis cujas "lógicas" são radicalmente incompatíveis.
Haveria dois "universos" distintos e incomunicáveis.

Uma reflexão mais atenta sobre o tema, sugere-nos, entretanto, que a ideia do todo harmônico é mais natural.
No fundo da consciência humana, existe forte crença na unidade do pensamento que governa o Universo e que essa unidade pode ser percebida pela razão humana.
Pode-se observar essa intuição, na concepção monista materialista; identificamo-la, também, nas milenares tradições religiosas orientais, entre os hindus e os muçulmanos.
Físicos teóricos pesquisam a substância primordial, desejam encontrar uma força mãe das quatro fundamentais, já conhecidas: força fraca, forte, eletromagnética e gravitacional, donde partem todas as demais formas de energia e de matéria. Em vão alguns, apesar de competentes, físicos modernos recomendam aos colegas desistirem das investigações.

Talvez para os budistas ou muçulmanos, essas concepções não tragam nenhuma novidade. Eles raciocinam assim: se Deus criou o universo, material e espiritual, esses dois “universos” são regidos por leis harmônicas. É bastante lógico, mas poderíamos antepor raciocínio semelhante: no passado, na antiguidade, vivemos uma “tentativa” de unificar os dois grandes domínios da filosofia e o resultado não foi dos melhores. Os representantes da religião quiseram impor seus pontos de vista aos pesquisadores – fracasso total a curto prazo. Muitos rechaçaram a religião, a concepção de Deus e do espírito sobrevivente à morte. A Ciência passou a caminhar sem a tutela da Religião e se saiu muito bem.

Para desmoralizar ainda mais gravemente a religião, os que deveriam ser modelos de humildade e de caridade fizeram-se perseguidores e torturadores dos arautos do progresso. Na verdade, as igrejas desferiram golpes mortais em si mesmas.

No rastro desses sucessivos equívocos, as concepções superiores de Deus e da alma saíram abalados, mas apenas temporariamente, porque o que é imanente ao Universo não pode ser apoucado nem mesmo pela mais graves equívocos.

A Doutrina dos Espíritos resgata essas nossas profundas intuições, relativas à harmonia entre Ciência e Religião e da autonomia entre ambas.

A Ciência, por um lado, está apta a contribuir na melhoria da concepção de uma inteligência criadora e gestora do Todo. A religião, por sua vez, pode aproveitar os métodos positivos da Ciência na investigação da imortalidade e contribuir com a ciência aportando novas luzes para a compreensão de muitos fenômenos naturais, principalmente biológicos.

Estacionar o pensamento no passado, manter essa concepção dogmática em que não é permitida a dúvida, o raciocínio e a investigação seria perder a oportunidade de expandir-se e enriquecer todas as expressões da inteligência com a compreensão de Deus e da alma.