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quinta-feira, 17 de agosto de 2017

CFV, organização, funcionamento e evolução da vida.


Temos tratado neste blog a respeito da existência de um elemento que denominamos campo de forças Vitais. Este conceito é derivado da necessidade que se observa nos seres biológicos de uma coordenação de movimentos e funções. A forma particular inerente aos seres vivos de apresentar  uma propriedade denominada homeostase (propriedade inerente aos seres vivos especificamente de recuperarem por si mesmos um equilíbrio eventualmente interrompido) bem como a de os seres vivos se formarem, se desenvolvem e se estruturarem, também nos mostram a necessidade conceitual do campo de forças vitais.

Este campo de forças vitais nada mais é do que o conjunto que, na linguagem dos Espíritas,  o perispírito mais o fluido Vital.

O perispírito pré-existe à formação do ser biológico e sobrevive à morte deste. Traz em si a estrutura bem como as diretrizes do funcionamento do ser vivo; em sua união com a matéria orgânica, transmite essa organização  ao ser que está sendo formado e assume o comando do funcionamento deste.

O campo de forças vitais também encerra a síntese de toda a evolução biológica. Evolução que ele mesmo experimentou em inúmeras uniões sucessivas com seres mais primitivos.

" Para ser mais exato, é preciso dizer que é o próprio Espírito que modela o seu envoltório e o apropria às suas novas necessidades; aperfeiçoa-o e lhe desenvolve e completa o organismo, à medida que experimenta a necessidade de manifestar novas faculdades; numa palavra, talha-o
de acordo com a sua inteligência. Deus lhe fornece os materiais; cabe-lhe a ele empregá-los. É assim que as raças
adiantadas têm um organismo ou, se quiserem, um aparelhamento cerebral mais aperfeiçoado do que as raças primitivas. Desse modo igualmente se explica o cunho especial que o caráter do Espírito imprime aos traços da
fisionomia e às linhas do corpo." KARDEC, Allan - A Gênese Cap XI item 11.

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Bases para uma palestra

Boa tarde meu irmão!
Vou fazer uma palestra no Seara de Deus no próximo mês e pensei em vc pra me ajudar com o tema. Pluralidade dos mundos habitados. Vc poderia me indicar alguma material para eu iniciar minha pesquisa. Vou me basear pelo Evangelho Segundo o Espiritismo e O Livro dos Espíritos.

Olá Rogério. Não sei se tenho melhores informações que as suas, mas o que eu tiver te passarei com prazer.

O Espiritismo acompanha o desenvolvimento científico.

Uma das ciências que tem maior relacionamento com o Espiritismo é a Biologia.

Analisar a possibilidade de vidas em outros planetas do ponto de vista científico importa considerar  pelo menos conhecimentos biológicos e astronômicos.

Em Biologia temos três grandes classificações dos seres vivos
( www.google.com.br/amp/m.brasilescola.uol.com.br/amp/biologia/tres-dominios.htm)

São denominadas domínios.
Constituem-se em categorias que abarcam reinos.

Atualmente os investigadores que estudam esses assuntos, são denominados astrobiólogos.

Os astróbiologos têm a expectativa de encontrar vidas rudimentares em Outros Mundos.

Nas três categorias denominadas archea, bactéria e eukarya. Archea e bactéria são os mais prováveis de serem encontrados.

O domínio eukarya diferentemente dos outros domínios apresentam, em suas células, núcleos com membranas.

A vida desse reino eukarya só é possível na Terra por causa da existência da camada de ozônio.

Essa inviabilidade do domínio eukarya na terra antes da formação da camada de ozônio é devida a incidência de raios ultra-violetas emitidos  pelo sol. Os raios ultravioletas são amenizadas pela camada de ozônio.

Do ponto de vista astronômico existe uma estrela chamada Trappist. É uma anã vermelha. Chama assim por causa da dimensão que é semelhante ao nosso sol. Nosso sol também é uma estrela anã.

Só que a Trappist  é vermelha portanto emite muito menos luminosidade do que o sol.

Por causa da redução de emissões de radiação, imagino que pode ser que haja melhores condições de vida complexa (eukarya), talvez até na ausência da camada de ozônio.

O sistema Trappist é o sistema conhecido com a maior quantidade de planetas de dimensões semelhantes à Terra. Outra condição que nos leva a ter esperanças de encontrar vida lá é porque, o que compensa a baixa luminosidade, os planetas estão muito próximos da Estrela. Mais próximos do que Mercúrio está da Terra.
(https://pt.m.wikipedia.org/wiki/TRAPPIST-1).

Um esclarecimento que se faz necessário a respeito das características distintivas dos domínios é:

Qual a diferença entre archeas e bactérias.
Existem diferenças genéticas e químicas entre esses dois domínios. As arqueas são consideradas mais primitivas.

Para maiores detalhes técnicos ver:
(https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Archaea).

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Parabiologia



Prezada amiga,

Nosso objetivo seria trabalhar a abertura de um ramo de conhecimento que poderia talvez ser  chamado de ParaBiologia.



A necessidade desse conhecimento, surgiu de um projeto mais abrangente conhecido como Astrobiologia.
Em 2007 a NASA lançou um telescópio espacial chamado Keppler. Esse telescópio começou a identificar planetas fora do nosso sistema solar.


Daí surgiu a necessidade de se responder a pergunta: Há possibilidades de vida nesses planetas? A vida como a conhecemos teria adaptabilidade em ambientes extremos? Iniciou-se investigações mais detalhadas dos extremófilos (seres vivos na Terra que se adaptam à condições extremas de temperatura, radiação, etc).
O conhecimento da origem e da evolução da vida se tornou importante para especular a respeito da possibilidade de vida em ambientes diferentes do nosso planeta.

Nesse contexto, me parece essencial o conhecimento a respeito da natureza da vida, de sua origem, dos processos como a vida interage com o ambiente.

Penso que a concepção espírita ajuda a compreender os processos da vida. E que o fator espiritual nesse caso precisa ser levado em conta, para respondermos a essas questões de possibilidades de vidas em ambientes diferentes do nosso.


Teríamos assim um conhecimento intermediário entre o Espiritismo, a Biologia e Astronomia.
O desenvolvimento e a divulgação desse conhecimento seria benéfico tanto para academia quanto para nós espíritas.

Para a academia porque aprofundaria o conhecimento de como a vida surgiu e como se adaptou.
Para nós seria interessante observar como é o processo de o perispírito interagir com os ambientes diferentes e quais os limites dessas possibilidades adaptativas.

Certamente isso nos levaria a um conhecimento mais aprofundado do perispírito.
Com esses objetivos em 2007 eu criei este blog.

Um dos caminhos investigativos poderia utilizar uma metodologia estatística para comprovar atuação da mente sobre a matéria viva metodologia esta semelhante a Parapsicologia. Essas investigações inclusive poderiam nos fornecer indicações dos processos de atuação da mente sobre a matéria viva.

domingo, 28 de maio de 2017

Origem do homem na Terra - V (artigo complementar)

Ernesto Bozzano, em seu livro A Alma dos animais e Gabriel Delanne no seu trabalho “A reencarnação” dão conta que houve uma série de experiências esclarecedores sobre muitos aspectos e sugestivas da persistência das matrizes biológicas do homem primitivo.

Eis o relato de Bozzano:

Cito, por último, alguns trechos de relatórios das sessões com o médium polonês Franck Kluski, que saíram na Revue Métapsychique, onde constatamos que estamos realmente diante de uma primeira contribuição experimental séria a favor da s materializações animais. Já no fascículo de julho-agosto de 1921 (pág. 301), da revista em questão, o doutor Gustave Geley, que tinha assistido às sessões, anunciava a publicação para breve dos relatórios sobre o fenômeno extraordinário das materializações de animais nos termos seguintes:

“As materializações de entidades animais não são raras com Frank Kluski. Nos relatórios das sessões da Sociedade de Estudos Psíquicos de Varsóvia, Polônia, que publicaremos oportunamente, veremos assinalados, em especial, uma grande ave de rapina que apareceu em várias sessões nas quais foi fotografada, e também um ser estranho, espécie intermediária entre o macaco e o homem. Ele é descrito como se tivesse o tamanho de um homem, um rosto simiesco, mas com uma testa desenvolvida e normal, de rosto e corpo cobertos de pelo, com braços bastantes longos, mãos fortes e compridas, etc. Ele parece sempre comovido, pega nas mãos dos assistentes e as lambe como se fosse um cão. Ora, esse espécime, que nomeamos “O Pitecantropo”, manifestou-se várias vezes durante nossas sessões. Um de nós, na sessão de 20 de novembro de 1921, sentiu sua grande cabeça aveludada se apoiar fortemente sobre seu ombro direito, contra suas bochechas. Aquela cabeça estava coberta de cabelos duros e rudes. Um odor de fauna, de cão molhado, desprendia-se dele. Um dos assistentes, ao levantar sua mão, foi pego pelo “Pitecantropo”, que, em seguida, lambeu-a três vezes seguidas. Sua língua era larga e macia. Outras vezes sentimos, sob nossas pernas, contatos que lembravam o toque dos cães.”

O registro das sessões às quais ele faz alusão no parágrafo precedente foi publicado no número de janeiro-fevereiro de 1923 (págs. 27-39) da Revue Métapsychique. Recolho do relatório da sessão de 10 de agosto de 1919 o trecho abaixo: “... Notamos simultaneamente várias aparições. A primeira que se deixou ver foi uma aparição que já era conhecida pelos assistentes durante as sessões anteriores. Era um ser do tamanho de um homem adulto, bastante peludo, com um a crina enorme e uma barba embaraçada. Ele era revestido com uma pele quebradiça; sua aparência era a de um ser que lembrava um animal ou um homem bastante primitivo. Ele não falava, mas lançava sons roucos com seus lábios, estalava a língua e rangia os dentes, procurando em vão ser compreendido. Quando o chamávamos, ele se aproximava; ele nos deixava acariciar sua pele aveludada, tocava com as mãos os assistentes e esfregava a mão bem devagar com as garras. Ele obedecia à voz do médium e não machucava os assistentes, tocando neles levemente. Era um progresso, pois nas sessões anteriores este ser manifestava muita violência e brutalidade. Ele tinha a tendência visível e uma vontade incontrolável de lamber as mãos e o rosto dos assistentes, os quais, por sua vez, se defendiam de suas carícias indelicadas. Ele obedecia a cada ordem dada pelo médium, não somente quando esta ordem era expressa por palavras, mas também quando era expressa pelo pensamento.” Escolho esta outra passagem do relatório da sessão de 3 de setembro de 1919. O relator escreve: “Simultaneamente, o médium e as pessoas sentadas ao redor dele sentiram a presença do animal-homem primitivo, assim como nas sessões anteriores. Essa materialização passou pelos assistentes lambendo suas mãos e seus rostos, sobre as quais ele colocava sua mão ou sua pata aveludada, ou apoiava sua cabeça eriçada. Todos esses gestos foram lentos e não bruscos. Essa entidade mostrava somente uma certa animosidade contra a cadelinha da senhora Kluska (Frusia), que estava nos joelhos da senhora Grzelak. O ser materializado puxou os pelos e as orelhas da cadelinha, que começou a se aborrecer e a latir. Finalmente, bastante assustada, Frusia pulou dos joelhos de Grzelak e foi se refugiar no sofá, entre as pessoas que estavam sentadas, não se movendo mais.” O trabalho foi suspenso durante algum tempo; quando a sessão foi retomada, o “homem primitivo” se materializou de novo. O relatório continua assim: “Desde o início, vimos várias aparições, inclusive a do “homem primitivo”. Este último ficou o tempo todo senta dono tapete, entre os assistentes; ele se comportava relativamente com tranquilidade, mas não permitia acender a tela luminescente e, inclusive, rasgou com grunhidos a tela que a senhora Kluska segurava.” Os relatórios em questão contêm três outros episódios de materialização do mesmo fantasma do “homem primitivo” ; não os reproduzo aqui porque estes são semelhantes aos precedentes.

Origem do homem na Terra

 

Poderemos conhecer a época do aparecimento do homem e dos outros seres vivos na Terra? “Não; todos os vossos cálculos são quiméricos.”
(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos - item 48)

Ouvimos desde crianças que o homem surgiu em nosso planeta por intermédio de um casal, Adão e Eva. Esse relato foi incorporado à cultura religiosa ocidental. Observamos que este, como outros trechos da Bíblia, contém contradição no mínimo onde afirma que Adão e Eva tiveram dois filhos Caim e Abel e que Caim, após ter tirado a vida ao seu irmão Abel, havia fugido e permanecido vagando pelo mundo até deparar-se com uma tribo, uma comunidade humana. Lá casou-se com uma mulher, garantindo a perpetuidade da raça humana.

Evidentemente que se Caim foi caminhando pelo mundo e encontrou uma região habitada, Adão e Eva não formaram o primeiro casal do planeta Terra como diz na Bíblia. Trata-se portanto, de  uma contradição. Na verdade, os textos bíblicos são simbólicos, têm, digamos, um significado aparente e o significado oculto.

Naquela época, os homens acreditavam e só tinham competência para acreditar no significado direto, denotativo e aparente dos ensinamentos.

Eles não observavam certas contradições. Entretanto hoje em dia nós entendemos que o relato bíblico serviu para o esclarecimento daquela humanidade. Humanidade antiga, intelectualmente pouco desenvolvida, capaz apenas de acessar a superfície dos conhecimentos. Esses ensinamentos, incompletos e incoerentes, entretanto, deveriam ser aceitos como meio e condição de progresso, naquele nível evolutivo.

Muitos dos textos bíblicos são mediúnicos e de origem superior. Em nosso entendimento, os próprios mentores espirituais que os ditaram, propositadamente permitiram a presença de contradições para que no futuro, com o desenvolvimento das ciências e da mentalidade humana, fôssemos instigados a pesquisar novas verdades.

É assim que com o desenvolvimento da humanidade chegamos numa era de pesquisas em que se percebeu a necessidade da instrução e buscou-se a ciência e a razão.

Esse movimento evolutivo, contudo, acabou contradizendo muitas afirmativas da religião daquela época. O clero inicialmente perseguiu pesquisadores e cientistas; chegou mesmo a matar alguns.

Nem por isso todavia, a ciência deixou de se desenvolver e de gradualmente, pela sua racionalidade, pela sua base sólida avançou em popularidade e aceitação e a religião, por outro lado, quanto mais lutava contra a evidência e os fatos,  mais rapidamente perdia terreno.

Os chefes religiosos mais perspicazes perceberam que, se mantivessem inalteradas suas opiniões e atitudes, a humanidade caminharia para a total indiferença religiosa; foi assim que admitiram ceder em parte para não perderem de vez a credibilidade e a aceitação popular.


Para os religiosos da época e também para muitos até de hoje são duas verdades em diferentes instâncias que não obedecem aos mesmos critérios de pesquisa e nem a mesma abordagem.

Origem do homem na Terra - II


Critérios da religião e da ciência.

A ciência é racional e se baseia em fatos; a religião, na fé, no mistério. Suas afirmações não podem, segundo esse ponto de vista, ser entendidas com a razão; tais afirmações dogmáticas e indiscutíveis; são simplesmente aceitas por um sentimento divino, inexplicável e, como se observa no cotidiano, esse sentimento divino é dado a alguns e negado a muitos..

Essa foi a justificativa apresentada pelos religiosos para sobreviver. Argumento emergencial, provisório, mas que se estendeu pelos séculos que nos separam da Idade Média. Dizemos que foi um argumento provisório para evitar que a “embarcação da religião” viesse a pique, porque é um argumento irracional e contraditório. E se é irracional é porque os ensinamentos religiosos são suscetíveis de serem abordados pela razão e pela inteligência do homem normal e não apenas pelas competências e capacidades especiais dos eleitos.

Senão vejamos: se Deus é único, o criador sem concorrente porque é a inteligência e o poder superior a todos os poderes universais, porque criaria o universo material e o espiritual com  duas lógicas? E porque o projeto das verdades religiosas (que são naturais, porque pertencentes ao domínio das ciências naturais e portanto são criações do mesmo Deus)  teriam um formato tão diferente do formato das verdades materiais a ponto de serem contraditórias?

Porque Deus colocaria na mente humana um comportamento indagador, especulativo, pesquisador e que essas características resultassem em mentalidades que desejam buscar a verdade até aos porquês causais? Seria pecado pensar? Investigar? Usar a razão de que, afinal o próprio Deus dotou o homem?

A mentalidade do homem é inquieta insatisfeita por natureza (e se é por natureza é porque essa insatisfação com o status quo é causada por Deus). Assim é que a ciência ganhou grande expansão e começou a invadir certos domínios que seriam tradicionalmente da religião. Hoje em dia por exemplo nós temos que a ciência física aborda até temas como a criação do mundo e do Universo; tema que tradicionalmente era reservado à religião.


E ainda assim a religião permanece nos seus critérios de dogmas indiscutíveis de não admitir a razão e os fatos como critérios de abordagem dos seus princípios, resultando, tal atitude em contínua perda de terreno, donde o fortalecimento do ateísmo e do materialismo.

Origem do homem na Terra - III

Religião científica


Diante desses fatos, seria de desejar que a Religião também utilizasse de métodos semelhantes senão dos mesmos métodos das ciências. Teríamos, desse modo, uma Religião científica. Os religiosos, entretanto, têm medo de aprofundar a questão com essas premissas por recearem que um método lógico, experimental, talvez até numérico, matemático, venha demonstrar que a religião está errada, que tudo o que se professa nas igrejas não passa de uma grande ilusão.

Provavelmente também uma abordagem dos temas espirituais por meios lógicos e experimentais poderia, se não resultasse na anulação de todos os princípios religiosos, demonstrar o equívoco de alguns desses princípios e que seriam considerados importantes pela fé.

Todas essas preocupações podem ser analisadas por um como teste, ou ensaio, um anteprojeto. Podem também ser verificadas por análises de trabalhos já desenvolvidos. Podem perguntar se tal trabalho existe. Respondo que sim: um trabalho considerável, abrangente, sólido e digno de toda a nossa atenção: O Espiritismo kardequiano.

O Espiritismo, doutrina espiritualista, filosofia fundada em fatos, na razão e que realiza constantes “cotejamentos”, conferências com os fatos positivos das ciências que possam relacionar-se com os temas por ele tratado, está muito bem elaborado e pode viabilizar uma previsão dos efeitos da abordagem científica da religião.

Em nossos grupos de estudos de O Livro dos Espíritos admitimos plena manifestação do pensamento dos participantes e respeitamos todas as idéias sejam elas de acordo ou divergentes dos ensinamentos do espiritismo. Procuramos evitar cair nas atitudes que criticamos em outras religiões (essas últimas não são científicas, mas dogmáticas), que adotam o dogma indiscutível e a imposição de crenças. Não impomos ideia alguma.

Não somente admitimos as ideias contrárias, como as respeitamos e afirmamos constantemente nos nossos encontros que todos os participantes estão convidados apenas a conhecer O Livro dos Espíritos e não a crerem nele. E nunca colocamos para os participantes que o Espiritismo é a verdade, mas dizemos que pode ser uma verdade. Mas que se é verdade ou não é verdade é algo que deve ser respondido por cada um após sérios e aprofundados estudos, incluindo aí estudos comparados com outras correntes filosóficas, religiosas e científicas.

Encaramos as objeções aos princípios do Espiritismo como processos que resultam em teste de consistência desses princípios e também testes acerca do nosso entendimento a respeito dessa doutrina.

Assim, com a doutrina espírita os temas espirituais e religiosos podem e devem ser abordados racionalmente podem e devem ser discutidos, contestados, comparados e sempre submetidos à apreciação do seu conteúdo do valor do que se afirma, do vigor e da validade dos seus argumentos.

Mantemos abertos, inclusive, refletindo a respeito dos argumentos das pessoas se esses argumentos porém forem mais fortes do que o Espiritismo, se esses argumentos contrários a doutrina foram baseados em fatos, nós modificamos a nossa crença naquele ponto que está sendo contraditório e adotamos aquele que se mostre de acordo com os fatos positivos da ciência e com a razão.

Origem do homem na Terra - IV



O homem primitivo
O tema origem do homem não é tema para religião pesquisar e sim para a ciência. Por isso nós apenas acompanhamos o desenvolvimento dos temas sem ter iniciativas de em nome da religião realizar pesquisas, embora pesquisemos o perispírito, suas funções, seu dinamismo e sua influência nos fenômenos psicológicos e biológicos.

No início desta série de artigos, reproduzimos a seguinte afirmativa dos espíritos:

“Poderemos conhecer a época do aparecimento do homem e dos outros seres vivos na Terra? Não; todos os vossos cálculos são quiméricos.

Considero essa afirmativa válida para o estado de arte da ciência do século XIX, não mais para a nossa época, tendo em conta os novos desenvolvimentos da ciência, particularmente dos novos métodos de datação desenvolvidos pela Física Nuclear.

A Física nuclear, desenvolvida no século XX, utiliza o ritmo da transmutação dos elementos como critério de datação, a conversão de isótopos mais pesados de um elemento para outros mais leves. Utiliza-se o critério da meia vida do Urânio 238, do Carbono 14 e confirma-se com resultados obtidos por diversas experiências neste setor.

Os conhecimentos da época de Kardec eram precários e insuficientes para obter uma datação confiável dos fenômenos ao longo do tempo geológico. Mas mesmo assim, é de admirar que ele entendeu essa limitação sob a orientação dos Espíritos

Com os avançados recursos atuais, a Paleontologia identificou a presença de hominídeos muito antigos, cuja existência ocorreu há milhões de anos. 


Um dos mais antigos, senão o mais antigo hominídeo o Ardipitecos ramidus deixou fósseis esqueléticos com mais de 4,4 milhões de anos. Alguns desses fósseis possuem indicações de que existiram há 5,8 milhões de anos. Essa espécie era provavelmente bípede e possuía capacidade craniana de 410 cm3








Outro hominídeo que colocado na sequência dessas citações também poderá oferecer uma visão evolutiva é o Australopitecus afarensis. O australopitecus comumente chamado Lucy, descoberto em 1974 na Tanzânia, possuía um cérebro de 450 cm3, um pouco maior do que o chimpanzé moderno, surgiu entre 3,8 e 3,5 milhões de anos.






Há descobertas de fósseis na Tanzânia que mostram a presença de uma espécie que foi denominada homo habilis. As datações indicam que essa espécie teria vivido há aproximadamente 2,2 milhões de anos. Dentre os hominídeos, esta é a espécie que menos parece com o homo sapiens de braços muito mais longos e cavidade craniana menor. Recebeu esse nome devido a acreditar-se ser este o primeiro a utilizar-se de ferramentas de pedra lascada.



O homo erectus viveu entre 1,8 milhões e 300.000 anos atrás. Com um volume craniano 50% maior do que seu ancestral homo habilis, Seus fósseis datam de 1,5 milhões de anos e foram encontrados principalmente na África e em Java. Utilizavam ferramentas mais elaboradas do que as utilizadas pelo homo habilis, como machado de mão, por exemplo.




Entre 350.000 e 29.000 anos, observa-se a presença de um tipo muito mais evoluído, cuja capacidade encefálica variava de 1,3 a 1,7 litros. Teria vivido entre a Europa oriental e as regiões mais ocidentais da Ásia. Considerado uma subespécie de Homo sapiens.

Esse tipo é conhecido como homem de Neanderthal.



O elo evolutivo seguinte é o homem atual.



TEMPO ÉPOCA GEOLÓGICA ESPÉCIE CARACTERÍSTICA
ATUAL – 200 mil anos – estrutura – 50 mil anos capacidade humana Plistoceno Homo sapiens Humanos
Há 350 mil anos Neanderthal Primeiras roupas
HÁ UM MILHÃO DE ANOS


Homo erectus Primeiro cozimento

Uso do fogo
HÁ DOIS MILHÕES DE ANOS Plioceno
Saída da África

Homo habilis

HÁ TRÊS MILHÕES DE ANOS Idade da Pedra

Australopitecus
HÁ QUATRO MILHÕES DE ANOS

Ardipitecus Bípede


HÁ CINCO MILHÕES DE ANOS Hominidade
HÁ SEIS MILHÕES DE ANOS Mioceno Orrorin
HÁ SETE MILHÕES DE ANOS Sahelanthropus Possivelmente bípede
HÁ NOVE MILHÕES DE ANOS Ouranopithecus




Ante as constatações da Ciência e o fato de o Espiritismo procurar conformar-se com esta, seguir-se-ia que somos contrários a Bíblia? Não. Nós espíritas não somos contrários a Bíblia e aos seus ensinamentos apenas entendemos que os ensinamentos Morais da Bíblia devem ser seguidos. Mas onde existe contradição é preciso aprofundar o tema e muitas vezes enveredar pelo recurso da interpretação do entendimento, do simbolismo, do significado desse simbolismo

Reflitamos um pouco sobre a existência desses hominídeos. Essas espécies intermediárias entre o chimpanzé e o homem estão todas extintas.

Dar-se-ía entretanto que a evolução de um chimpanzé não poderia mais ocorrer por falta de espécies imediatamente mais evoluídas?

Não o cremos. Dizemos que todos os seres vivos inclusive os hominídeos primitivos são essencialmente constituídos por um campo de forças vitais ou por um períspirito agregado à força vital e que se constitui nas matrizes biológicas daquela espécie e no estado evolutivo alcançado.

Essas matrizes transdimensionais existem em algum lugar do Universo certamente em outras dimensões e também unidas a corpos em planetas mais primitivos.

Esse pensamento não é meramente especulativo. Experiências espíritas nos levam a entender desta forma.

No próximo artigo descreveremos interessante fenômeno de ectoplasmia, ou como se chama comumente, de materialização.